E Marieta rodopiou até sentir seu estomago revirado e enxergar as imagens com pequenas estrelinhas da mesma maneira que acontecia com ela quando criança...
Ao perceber-se exausta se jogou na grama, essa recém cortada
estava tão agradável, o cheiro, a
textura e a maciez lhe traziam uma sensação de conforto em meio a tanto
desconforto que se coração guardava.
Sempre a mesma questão lhe assombrava o que é a tal
felicidade?
Levantou-se precisava de ar, de um drink, de um amor, de uma
musica ou uma sensação e sabe-se mais o
que. O fato é que pobre garota nem mesmo sabia o que precisava exatamente...
Quando criança dentre tantas proibições que lhe eram
impostas aguardava ansiosamente pela idade adulta onde poderia ser dona de seus
direitos e vontades, no entanto e agora o que fazer com essa liberdade toda?
As vezes se pega em silêncio esperando ouvir os gritos de
sua mãe que a chamava pra tomar banho e depois deliciar-se com um prato
preparado por horas e com um tempero que jamais conseguira imitar. E depois deitar-se
em sua cama onde sua única preocupação eram os monstros que moravam dentro do armário.
Acha-se em tantos lugares, em tantas coisas, tantos amores e
desilusões que se fosse contar precisaria de um ábaco grande, muita paciência e
uma memória que a idade andava ultimamente a lhe roubar.
Sentia-se cansada, mas incapaz de desistir e assim seguia
seus dias com toda coragem que podia e toda a felicidade que seu coração em
muitas vezes desiludido insistia em deixar de lado.
Não se sabe pra onde Marieta vai, se volta ou se encontrará
o que procura, mas de uma coisa temos certeza e é de que ela tentou e por mais
que não pareça em muitos momentos ela é muito feliz, do seu jeito lógico, mas
feliz.